quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

" Eu não sou Princesinha de Ninguém! "


Poderia até ser a minha
   Mas no meu mundo
   Sou eu a rainha "


(Grazi -Feminismo Poético) 


MINHA Princesa, MINHA Pequena, MINHA Linda, MINHA Vida...

Tudo lindo...  Até a página dois.  Estes são apenas alguns dos adjetivos possessivos utilizados no dia a dia de uma relação afetiva, que por sua vez, passam naturalmente pela peneira da condenação.  O mal entendido começa no ponto que a interpretação chegue de uma forma negativa, e realmente passe a ideia de possessão, não tão carinhosa como deveria. E é um problema, porque na realidade ninguém é propriedade de ninguém, e isso não pode ser passado como algo positivo em uma relação.  A partir daí, vemos uma naturalização de tais expressões, que posteriormente pode ser um problema na vida dxs envolvidxs, pois alguém que se ache dono de outra pessoa, não aceitará quando, por exemplo, a relação acabar, e poderá se achar no direito de policiar atitudes, amizades e vestimenta dx outrx.
  Em resultado de comportamentos parecidos , temos alguns casos que viraram notícias, quem não se lembra do Caso da jovem Eloá, que permaneceu em cárcere privado e foi morta após término de namoro com  Lindemberg Alves, que não teria aceitado. Como este, podemos fazer uma lista sem fim de casos que não terminaram bem, pelo simples sentimento indevido de possessão do homem sobre a mulher.
  Não estou dizendo que adjetivos carinhosos não possam ser utilizados nas relações, (o abuso mascarado de romantismo é tema pra outro post) muito menos defendendo a poligamia (apesar de não ver problema algum nisso). Porém, é sim um pedido de socorro, um aviso amigo para que nos policiemos em determinadas situações e relacionamentos, e para que não deixemos isso crescer, nem naturalizemos esse ato de machismo que impregna em nossa sociedade e dificulta cada dia mais a liberdade e reconhecimento feminino.


*Nota: Tenho total ciência de que o caso da Eloá, assim como os outros, não foram culpas apenas de expressões, e sim resultados de ações muito maiores e machistas, bem como, ela não foi, em nenhum momento, culpada pelo que ocorreu.*



segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

"O que te aflige como mulher?"

"Quantas indústrias iriam falir se amanhã todas nós acordássemos amando nosso corpos?"

"Não adianta dizermos para as garotas que elas precisam gostar de si mesmas se nós, enquanto sociedade, continuamos a excluir e repudiar qualquer diversidade estética"






quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Apropriação Cultural

  


  

  Só pelo nome é possível saber que isso é muito muito ruim, eu realmente tenho me incomodado muito com esse tema e o que parece é que isso só aumenta.
  São pessoas brancas usando dreads, usando turbantes, as tranças, se apropriando da musica negra e ganhando muito mais visibilidade que os próprios negros, há quem diga que é egoísmo da nossa parte por exemplo no caso dos turbantes, muita gente usa sem nem saber a seriedade e importância que ele tem pra nossa cultura, não é só mais um acessório de beleza, é um ornamento de símbolo religioso principalmente na cultura afro e aprofundando mais ainda faz parte da historia e memória de nossos ancestrais que no caso, não eram brancos.
  Ninguém é proibido de usar nada obviamente, mas nesse mundo onde há séculos uma cultura é dominante e imposta o modelo a ser seguido é o europeu, consequentemente o padrão estético é o ocidental branco, e quando essas pessoas se interessam pelos símbolos citados acima, eles são elitizados, passando por processo de "embranquecimento" e exclusão dos costumes.
  Existem pessoas que por parentesco ou criação se dizem "negras" para usarem sem culpa da cultura, mas é muito fácil ser "negro" quando convém, não é mesmo? Caso de se pensar....
  Até quando a pessoa negra precisa ser representada por uma branca pra ter voz? Até quando a mulher negra precisa ser representada por uma branca pra ser aceita? 

  A seguir tem um vídeo massa que fala mais a respeito, assista e reflita: 

Amanda Stenberg

Pra finalizar a reflexão, como seria o mundo se as pessoas amassem os negros tanto quanto amam sua cultura? 

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Consciência Negra


Meus lábios
Meu cabelo
Minha pele
Negra
Minha historia
Minha vivência
Minha essência
Negra
Minha rotina
Minha dor
Minha sina
Negra
Meu grito
Minha voz
Minha palavra
Negra
Minha alma
Minha calma
Minha consciência
Negra

terça-feira, 17 de novembro de 2015

Feminismo que a mídia mostra (gosta)



O que dizer da moça de classe alta, branca, cabelo liso e olhos claros que está fazendo sucesso nas redes com a musica Survivor, de um grupo de mulheres negras? Ou da moça branca de classe média que está arrasando com seus videos no Youtube?
    Digo que não sou contra nenhuma delas, que tudo bem elas empoderarem outras mulheres com a musica e videos, mas tem coisa me incomodando sim nessa história. Tudo isso me parece como "feminismo Emma Watson", o batom vermelho e os estereótipos, algo que seja doce e inofensivo, digno de uma boa divulgação da mídia, claro que faz parte esse lance da mulher se aceitar e de usar batom vermelho quando quiser, mas não é nem de longe o mais importante do feminismo e essas mulheres estão colaborando pra que isso pareça suficiente, aceitação é importantíssima mas ainda tem muito mais coisa a se tratar, a representatividade de todas as mulheres por exemplo.
  Algumas pessoas vão dizer: "Mas ela colocou mulheres negras no clipe também", legal isso não muda nada, o foco não é na mulher negra, nem na gorda, nem na velha, e sim nela. Não estou julgando ou desmerecendo o trabalho da Clarice nem o da Jout Jout mas quantas vezes outras mulheres disseram as mesmas coisas e não foram ouvidas pela massa, não compartilharam em todas as redes, sites e meios de comunicação uma mulher negra com o mesmo discurso, nem a pobre, nem a da periferia e é nessa parte que quero problematizar, fica parecendo quando o Duvivier solta uma frase bonitinha e os homens se "identificam" com o feminismo.
  Ultimamente as pessoas tem tratado feminismo como capa da Vogue, a mais bonita a falar sobre vai pro pódio, vira preferida, musa feminista, não vejo esses videos se tornando pontos de partida pra reflexão mas sim como um embrião para o nascimento de mais uma diva do feminismo.
  Com a relação a Jout é até bacana o que ela faz, apesar de não viver tudo o que diz em seus videos, ela vem empoderando outras mulheres mas de uma forma bem superficial, na realidade ela mesmo diz que são suas vivências e de repente mudam seu discurso ou talvez ela mesma tenha mudado e nomeiam de "Feminismo", caso pra se pensar. Mais uma vez, não tenho nada contra elas, cada uma fazendo sua parte, mas é importante reavaliar nossa postura perante coisas, pessoas, musicas e videos que aparecem e envolvem nossa luta.

  Sabe moça  "You are Survivor" porque não é negra, não é da periferia, não é lésbica, não é trans, você preenche todos os requisitos pra ser aceita na sociedade. 

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

“Meu corpo, minhas regras (?)”.

  “Meu corpo, minhas regras (?)”.

Seu corpo, suas regras.
Mas, até  onde? 
Se for caso de estupro,
"é só se provar".
Caso seja gravidez indesejada,
"Fez porque quis, não pode tirar".
Se não tem condições...
"A criança não tem culpa de nada, não vai abandonar" 
Se o pai abandonou.. 
“Não soube escolher, ela dá pra qualquer um,
Não pode reclamar..."

Em todos os Casos:
“Vagabunda. Puta. 
Perdida. Vadia. Pe-ca-do-ra."

E na maioria dos casos, elas morrem.
Açougueiro, não era a melhor opção.
Mas na clinica é muito caro, e ela não tinha condição.
Mulher pobre, Favelada, que vive com o pé no chão.
Cuidar da própria já vida sai caro
Como criar um filho então?

Maria, Sofia,
Valéria, Carolina

Rafaela, Clarice
Mayara, Marina.

Ana, Josefa
Ester, Estela

Ninguém vai fugir não,
Se não tiver dinheiro
Não pode escolher o destino.

Se for mulher,
Não pode engravidar,
Cuidado! Só ele pode gozar.

Se ele não quis camisinha
A culpa é sua
Vai nascer menininha

Depois ele some,
Sem caô.
E ela, sem acreditar no Dr.

Está Grávida?
"Não, por favor!"

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Nossas razões :')



Bom hoje vamos mostrar as razões de estarmos dia após dia estudando, ajudando e empoderando mulheres por ai.
Mulheres em Primeiro Plano é um projeto contemplado pelo Programa Vai, cujo objetivo é levar informação e artes para as jovens de uma escola com a temática da mulher e tudo que envolve seus direitos, conquistas, lutas e suas atitudes perante outra mulher. E através de algumas fotos vamos mostrar o que tem acontecido nesses encontros cheios de sororidade e amor:








Nas fotos acima temos nossas rodas de conversa, uma dinâmica para demonstrar mais do que é a sororidade e a oficina de fanzine onde uma presenteou a outra com frases e desenhos lindos.
Bem, é isso. Não temos muito o que falar, essas imagens mostram um pouco do que é fazer esse trabalho, do quanto é gratificante e empoderador.