sexta-feira, 31 de julho de 2015

Sobre prioridades

  Tenho passado muito tempo sozinha, pensando bastante sobre a minha vida e coisas que tenho pra fazer, tudo bem que as vezes ficar apenas pensando deitadinha e protelar todos os afazeres é agradável, mas isso me rende lembranças não tão agradáveis ou pensamentos bobos. Pois bem, numa dessas eu pensei que na verdade eu não deixo pra depois o que é prioridade pra mim, o que considero importante ou algo assim, então as coisas que ficam pra depois não são tão urgentes, daí eu não me culpo tanto por não fazê-las.
  Lembro de quando conheci um garoto uma vez e foi aquela paixonite toda (ainda bem que passou logo) , obvio que quando temos alguém pra passar uma tarde agradável, queremos deixar tudo pra trás e ir, mas foi esse meu erro. Deixei tudo que tinha pra fazer uma tarde, e numa outra e numa outra. Virou rotina deixar praticamente minha vida de lado pra estar com ele.
Então foram almoços em família perdidos, roles com as amigas desmarcados, e tarefas inacabadas, eu tinha receio de contar a verdade, todos me criticariam se descobrissem que eu não estava trabalhando ou fazendo minhas coisas pra estar com o garoto, não por causa dele, mas porque se tornou meio vicioso, eu em poucos dias tinha deixado tudo de lado por causa dele, vale ressaltar que não era recíproco, e acabava sempre perdendo coisas legais com a família e amigas e me perdendo na desordem que virou minha vida.
  Eu sempre fui de acreditar na minha liberdade e pensando nisso que me envolvi total com esse garoto, e mesmo quando alguém quisesse me aconselhar ou me dizer que eu estava exagerando eu achava bobagem, afinal eu era/sou livre e faço o que bem entendo, mas me dei mal, claro que me dei mal, quando a gente não da ouvidos pra quem sempre quis o nosso bem, a gente se ferra bonito.
  O boy (magia) se foi (e a magia também), passou uma bela noite comigo e dias depois me esqueceu, como se nada tivesse acontecido, se envolveu com outra pessoa e disse: “Você é certinha demais pra mim” – Oi? Será que ele não tinha percebido a bagunça que virou minha vida depois que ele entrou nela? Será que ele não viu tudo que fiz? Que não se lembra de quantos almoços em família eu faltei porque ele não queria nem conhecer minha família ? A resposta pra todas essas perguntas é SIM, e sabe o que mais? Eu não o culpo por ter sido tão escroto, não foi ele que deixou suas prioridades e pessoas importantes pra ele pra estar com alguém, eu errei e aprendi de primeira, ainda bem.

  Se for pra deixar minhas prioridades pra depois, não vai ser por causa de alguém e sim por umas boas horas de sono.

quarta-feira, 29 de julho de 2015



"Até que ponto a cultura de um povo influencia na liberdade da mulher?"


  Clara Averbuck, escritora, blogueira do Lugar de Mulher, feminista e mãe! Nem sei bem o que dizer a respeito mas parte das opiniões que construi e do feminismo que sigo hoje em dia, aprendi lendo e ouvindo essa mulher. A primeira vez que ouvi ela falando das autoras que ela curte, me identifiquei quando ela citou Carmem da Silva , dai em diante não parei mais de ler os textos e livros da Clara.
  Pra quem não conhece e se interessa pelo assunto, por autoras contemporâneas e por feminismo,vale a pena procurar pelos livros, videos e textos.

#ficadica

Quando falta empatia 

 Sempre fui a favor do aborto, em todas as circunstâncias, e por mais que eu fosse contra o aborto estaria sendo também contra meus princípios, uma vez que cada mulher tem poder sob seu corpo, decide o que fazer com ele e eu apoio e sigo esse pensamento.
  Já me envolvi em algumas discussões calorosas sobre o assunto, e por mais que a maioria das pessoas mais próximas, como minha família, são contra, mantenho a minha opinião.
  Bom o fato que quero compartilhar é que estou grávida e quando descobri pensei muitas vezes em abortar por não querer de maneira alguma ter um filho, me achava incapaz e sem tempo pra isso, procurei por amigas, por remédios e chás que fizessem o serviço, mas tive medo. Tive medo porque eu e meu companheiro nos preveníamos e a chance de ficar gravida era mínima, e já que eu fiquei me senti menor que isso, senti como se eu fizesse algo pra tirar poderia dar tudo errado, que a “força” dessa criança era tamanha que eu não seria capaz de para-la e que pudesse tornar as coisas difíceis se tentasse abortar. Fiquei extremamente insegura.
  Decidi não abortar. E somente quando compartilhei a novidade com a familia e recebi apoio foi que comecei a curtir minha gravidez, antes disso foi um fardo, um pesadelo. Enfim, alguns dias depois uma amiga me chamou desesperada dizendo que estava gravida, eu imediatamente me dispus a ajudar porque ela se envolvera com um cara em uma noite não tinha mais contato com ele, passei informações que eu sei pra ela, mais alguns dias e comecei a receber de outras amigas a mesma situação, porém elas tinham namorados e estavam bem, só não queriam ter um bebê, confesso que cheguei a pensar que era um absurdo elas quererem abortar e que elas não tinham motivos o suficiente pra isso. Pensei muito antes de responde-las, apresentei algumas complicações que elas teriam se fizessem isso, disse que era perigoso ou que era muito caro, eu não queria que elas tirassem.  Veja só, eu a favor do aborto, de repente, contra.
  Mas então eu repensei e cheguei a conclusão que estava totalmente equivocada, não é porque eu quis ter meu filho que elas também teriam que ter só porque cada uma tem seu namorado, tem seu trabalho, tem uma vida aparentemente bacana pra receber o bebê, eu não pensei nas prioridades das meninas e desconsiderei o poder delas sob seus corpos. Ao final das contas eu ajudei, orientei , umas delas não estava gravida e a outra conseguiu fazer o aborto e eu talvez me sinta incomodada com isso, mas o que eu sinto ou deixo de sentir não deve interferir no que cada uma escolheu. Talvez seja essa sensibilidade que tomou conta de mim desde que fiquei gravida que me fez ser contra meus próprios princípios por um instante.

  O que quero compartilhar com esse relato é que mesmo conhecendo o problema de alguém, nós não estamos vivendo ele, não podemos falar ou tomar decisões por essa pessoa, saber não é o mesmo que viver, é bem menor. Por isso ser empática é importante, mesmo não vivendo o problema da pessoa, podemos sentir pelo menos um pouco do que ela tem passado nos colocando no lugar, assim fica mais difícil de achar que ela não tem motivos ou que não tem importância as decisões dela.

segunda-feira, 27 de julho de 2015

  Problematizando a aceitação!




Já escrevi outras vezes a respeito e sempre vou problematizar a questão da "aceitação". É lindo ver as minas com o cabelos cacheados, black's bem grandes, crespos de varias formas, etc., é importante quando alguém se aceita do jeito que é e encontra o amor próprio nessa forma, só que será mesmo que somente que se aceita dessa maneira, se ama?
  Nesse último sábado rolaram vários encontros em comemoração ao dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha (dia lindo e especial), vi muitos tipos diferentes, desde cabelo, a corpo e roupas, tudo bem, ninguém é igual a ninguém, então assisti uma reportagem onde alguém diz: "-Você tem que se aceitar do jeito que é" e então comecei a pensar ainda mais sobre "aceitação".
  Primeiramente o significado - Aceitação: ato ou efeito de aceitar; ato ou efeito de concordar; aprovação - acho que todos sabem disso e conseguem perceber que isso não significa não mudar em nada ou não melhorar em nada, na minha opinião aceitar-se é sentir-se bem do jeito que está, simplificando tudo, quem tiver cabelo crespo e quiser alisar, qual o problema? Por isso ela tem que ser julgada refém de chapinha ou ouvir que quer ser branca? Pessoas tem o direito de dizer que ela não reconhece ou desconsidera suas raízes? Menos, né pessoal?! E a pessoa que quer um corpo mais definido, seja musculoso, seja mais magro por questões estéticas ou por saúde, ela não pode ir a academia? Não pode ir em busca do que faz bem a ela? 
  Não faz muito tempo que tornei a deixar meu cabelo cacheado novamente, mas sempre que lavo e não passo creme ele fica meio liso ainda por conta dos tratamentos que eu fazia antes e eu não esquento, tem dias que uso ele liso, outros dias ele esta cacheado e ok pra mim, eu me sinto bem do jeito que acho que devo me sentir, me aceito do jeito que gosto, não do jeito que sou simplesmente, eu gosto de mudanças, de melhorias de transformações e sempre que alguma coisa nova ou radical acontece na minha vida, eu mudo algo em mim e aceito isso, não aceito que me venham com balelas de que tenho que me aceitar do jeito que sou, jeito de ser pra mim não diz respeito só a aparência, consiste em muito mais coisas, como o caráter, o temperamento, quem realmente se aceita do jeito que é, fisicamente falando? Mesmo a galera do cabelo crespo que faz varias coisas para se embelezarem, pra manter os cachos em ordem, os black's bem volumosos, enfim, todos mudam algo e porque alisar o cabelo ou querer emagrecer tem sido tão polemico?E quem corta todo o cabelo? Também não é uma mudança?   Entendo que existem pessoas que fazem absurdos na busca pela beleza, mas veja bem, não são todos.
  Eu encontrei o amor próprio em todas as mudanças físicas que fiz, estou bem se meu cabelo estiver liso, estou bem se ele estiver cacheado, estou bem sempre. 
  Eu, você e todas temos que nos aceitar do jeito que quisermos, se quisermos e quando quisermos. Encrespa geral, alisa geral, geral aceitando o que realmente te faz bem. Essa é minha opinião.