" Poderia até ser a minha
Mas no meu mundo
Sou eu a rainha "
(Grazi -Feminismo Poético)
Sou eu a rainha "
(Grazi -Feminismo Poético)
MINHA Princesa, MINHA Pequena, MINHA Linda, MINHA Vida...
Tudo lindo... Até a
página dois. Estes são apenas alguns dos
adjetivos possessivos utilizados no dia a dia de uma relação afetiva, que por
sua vez, passam naturalmente pela peneira da condenação. O mal entendido começa no ponto que a
interpretação chegue de uma forma negativa, e realmente passe a ideia de
possessão, não tão carinhosa como deveria. E é um problema, porque na realidade
ninguém é propriedade de ninguém, e isso não pode ser passado como algo
positivo em uma relação. A partir daí,
vemos uma naturalização de tais expressões, que posteriormente pode ser um
problema na vida dxs envolvidxs, pois alguém que se ache dono de outra pessoa,
não aceitará quando, por exemplo, a relação acabar, e poderá se achar no
direito de policiar atitudes, amizades e vestimenta dx outrx.
Em resultado de comportamentos parecidos , temos alguns
casos que viraram notícias, quem não se lembra do Caso da jovem Eloá, que permaneceu
em cárcere privado e foi morta após término de namoro com Lindemberg Alves, que não teria aceitado. Como
este, podemos fazer uma lista sem fim de casos que não terminaram bem, pelo
simples sentimento indevido de possessão do homem sobre a mulher.
Não estou dizendo que adjetivos carinhosos não possam ser utilizados
nas relações, (o abuso mascarado de romantismo é tema pra outro post) muito
menos defendendo a poligamia (apesar de não ver problema algum nisso). Porém, é
sim um pedido de socorro, um aviso amigo para que nos policiemos em
determinadas situações e relacionamentos, e para que não deixemos isso crescer,
nem naturalizemos esse ato de machismo que impregna em nossa sociedade e
dificulta cada dia mais a liberdade e reconhecimento feminino.
*Nota: Tenho total ciência de que o caso da Eloá, assim
como os outros, não foram culpas apenas de expressões, e sim resultados de ações muito maiores e machistas, bem como, ela não foi, em nenhum momento, culpada pelo que ocorreu.*