sexta-feira, 14 de agosto de 2015

SP

  Dias quentes, noites frias,mas de alguma forma quentes. Carros por todos os lados com seus faróis clareando as ruas e cada beco que passa desapercebido, cada ser ali sentado sem ter pra onde ir. Buzinas altas e intensas apertadas por quem tem pressa, quem não tem pressa por aqui? Prédios altos tapando os raios solares, me fazem pequena em suas sombras, frias. Pessoas que gritam, que riem, que choram, que esbravejam, mentem para si mesmas, dizendo que tudo que fazem é em busca de uma vida melhor, acordam cedo e dormem tarde, deixam os filhos com outros, ganham dinheiro, perdem dinheiro. Cidade cruel esmigalha num piscar de olhos todo o salário do cidadão.
  Por aqui quem não se mata de tanto trabalhar não é bem visto, quem prefere viver mais tranquilo e aproveitar outros momentos, “é preguiçoso, fracassado”, que cruel esse teu padrão, São Paulo. Por aqui o crime tem mais voz, a vitma é culpada, a liderança só pensa em seus beneficios, a lei sempre falha, não tem como escapar, a não ser infringindo-a.
  Mas aqui também é a cidade dos sonhos, alguns vencem, outros vem pra cá pra vencer e morrem tentando, os que nascem aqui não se veem morando em outro lugar, não conhecem a calma, não acham que ela seja boa. A fumaça é o aroma desse lugar, placas cheias de regras em meio a paredes grafitadas são a decoração, o céu quase sempre cinza com garoa é normal, pessoas vestidas de rostos sérios ou preocupados são a maioria, as vezes tudo isso passa sem ser notado nessa correria.

  As vezes me imagino num lugar mais tranquilo, natureza, mas logo mudo de ideia, nasci nesse caos e quero ele  pra mim, posso ir em busca da tranquilidade por uns dias só para voltar cheia de energia para que me gaste até o meu ultimo, querida São Paulo.

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