domingo, 19 de julho de 2015

   "Por que não nasci homem?"

Eu, na minha ingenuidade, num momento turbulento de mudanças e tristezas cheguei a pensar “porque não nasci homem?”, vindo de mim parece um absurdo, mas não.
  Achava que homem não sofria, homem não chorava, homem era sempre forte e mesmo que não fosse, sabia disfarçar suas debilidades com algum tipo de piadinha tosca. Mas eu não.
  Não que eu fosse uma manteiga derretida, mas algumas situações machucavam ao ponto de transparecerem no meu dia, no meu rosto e nas coisas que tinha que fazer,  esbanjando baixa estima. Mas isso geralmente acontecia quando eu tinha algum tipo de frustração, principalmente “amorosa” - gente que lou-cu-ra, eu so tinha no máximo 13 anos, ja esbanjava baixa estima, queria ser homem e sofria com frustrações amorosas? Sim e não, não era bobagem ou frescura de adolescente, é muito difícil estar nessa fase quando não se quer, quando são impostas novas atitudes, posturas, quando o mundo obriga você a parar de brincar porque “ja é uma mocinha”. Droga!
    Os meninos cresciam e ainda podiam brincar, correr de um lado pro outro atras da bola, do pipa, mas se eu fizesse isso seria a sapatão do lugar, a menina macho ou então a assanhada que gostava de se aparecer pros caras, nessa tão pouca idade. Porque tão cruel, sociedade? Não é nada disso que vocês pensam, não digam coisas sem saber, as vezes a menina não quer crescer e virar mocinha aos 13, ela tem o tempo dela, ela não vai virar sapatão se jogar bola ou empinar pipa aos 13, ela não vai engravidar na adolescência so porque anda com os meninos da rua. Mas isso pode acontecer, se ela quiser. Alias, ela deve fazer o quiser, crescer quando quiser, correr quando quiser, ela livre!
   Acho que essas imposições de coisas de menina e coisas de menino, me fizeram ter uma visão errada sobre homens, estereotipando todos e cheguei a pensar que se um homem chorasse, ele não era tão homem assim, olha que distorção.

  A verdade que acredito é que ninguém tem que ser ou e forte o tempo todo, as pessoas passam por frustrações e isso é comum, que a tristeza, as mudanças e transformações não são questões de gênero. Hoje eu encaro tudo isso como uma mulher!

 texto por: Mallena Sales

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